Resumo
Até recentemente, onze mantos de penas de guará – elaborados pelos Tupinambá e retirados de seu território nos séculos 16 e 17 – eram mantidos em museus europeus. Desde que uma dessas peças foi exibida no Brasil pela primeira vez, no ano 2000, o povo Tupinambá, que vive no sul da Bahia, região Nordeste do país, vem pautando um debate sobre direitos culturais e restituição de artefatos. Na mesma época, os indígenas deram início a uma intensa mobilização para recuperar suas terras por meio de ações diretas conhecidas como retomadas de terras, demandando o reconhecimento pelo Estado brasileiro da Terra Indígena Tupinambá de Olivença. Recentemente, Glicéria Tupinambá (Glicéria Jesus da Silva), da aldeia Serra do Padeiro, tornou-se amplamente conhecida pela elaboração de mantos contemporâneos e por propor novas interpretações para o estudo dos mantos coloniais. Em julho de 2024, atendendo a pedidos dos Tupinambá, o Museu Nacional da Dinamarca devolveu ao Brasil um dos mantos tupinambá, que agora compõe a coleção etnológica do Museu Nacional, no Rio de Janeiro.
“Um traço marcante das culturas indígenas da América do Sul é o extenso uso de penas em ornamentos corporais e em decorações de armas e outros artefatos. Em nenhuma outra parte, penas foram trabalhadas de forma mais suntuosa ou com mais habilidade que ali”, escreveu entusiasmadamente o antropólogo Alfred Métraux. “Entre os primeiros tesouros arrancados do Brasil, figuram os brilhantes mantos de pena vestidos pelos caciques tupinambá". 1 No idioma tupi antigo, os mantos de penas eram referidos como assojaba e guaraabucu.2 Habitando uma vasta faixa da Mata Atlântica, grupos Tupinambá constituíram algumas das primeiras coletividades indígenas contatadas pelos invasores.3 Hoje, o Museu Nacional da Dinamarca, em Copenhague, detém a maior coleção conhecida de artefatos de plumária tupinambá do mundo, a milhares de quilômetros do sul da Bahia, no Nordeste do Brasil, onde os Tupinambá da Serra do Padeiro têm se mobilizado nos últimos 20 anos para recuperar seu território e patrimônio cultural. As mais celebradas peças da coleção eram cinco mantos levados para a Europa nos séculos 16 e 17.
Compostos predominantemente por penas de guará (Eudocimus ruber), fixadas por meio de técnicas intrincadas a matrizes de fibra vegetal, os mantos eram utilizados pelos Tupinambá em diversos contextos rituais; na esteira da invasão das Américas, tornaram-se altamente cobiçados pelos europeus. Até recentemente, todos os mantos remanescentes do período colonial estavam em museus europeus: além dos cinco na Dinamarca, três na Itália (dois no Museu de História Natural da Universidade de Florença e um na Biblioteca Ambrosiana, em Milão), um na Bélgica (nos Museus Reais de Arte e História, em Bruxelas), um na França (no Museu do Quai Branly, em Paris) e um na Suíça (no Museu das Culturas, na Basileia).4 Em julho de 2024, porém, atendendo a pedidos dos Tupinambá, o Museu Nacional da Dinamarca devolveu um dos mantos, agora parte da coleção etnológica do Museu Nacional brasileiro, no Rio de Janeiro.
Desde o ano 2000, quando um dos mantos foi exibido no Brasil pela primeira vez em séculos, os Tupinambá têm fomentado uma discussão sobre direitos culturais e restituição de artefatos indígenas. Em maio daquele ano, Amotara (Nivalda Amaral de Jesus, 1932-2018), uma anciã que teve papel destacado na mobilização tupinambá, visitou a “Mostra do Redescobrimento”5, em São Paulo, acompanhada de outra liderança, Aloísio Cunha Silva. O encontro dos indígenas com o manto de penas trazido de Copenhague foi noticiado em um dos mais importantes jornais do Brasil, sob a manchete “Somos tupinambás, queremos o manto de volta”.6 ” . Ainda em 2000, os Tupinambá difundiram uma carta à sociedade brasileira exigindo seus direitos, especialmente a demarcação de seu território tradicionalmente ocupado, que seria iniciada em 2004 e ainda não foi concluída . Desde o princípio, a luta pela terra se entrelaça a esforços para desconstruir narrativas disseminadas pela memória oficial e pela historiografia hegemônica, que contribuíram para pagar a presença histórica e contemporânea dos Tupinambá". 7 Ainda em 2000, os Tupinambá difundiram uma carta à sociedade brasileira exigindo seus direitos, especialmente a demarcação de seu território tradicionalmente ocupado, que seria iniciada em 2004 e ainda não foi concluída . Desde o princípio, a luta pela terra se entrelaça a esforços para desconstruir narrativas disseminadas pela memória oficial e pela historiografia hegemônica, que contribuíram para pagar a presença histórica e contemporânea dos Tupinambá.
Em 2004, os Tupinambá da Serra do Padeiro começaram a realizar ações diretas conhecidas como retomadas de terras, visando reaver seu território, esbulhado a partir de fins do século 19, com o avanço da cacauicultura e do turismo. Com as retomadas, lograram reverter a diáspora que se seguiu à tomada das terras. Em 2006, no marco do processo de recuperação territorial na Serra do Padeiro, Glicéria Tupinambá (Glicéria Jesus da Silva), uma das autoras desta narrativa, confeccionou um manto de penas contemporâneo, baseando-se na reprodução fotográfica de um manto colonial. Essa peça foi doada pelos Tupinambá da Serra do Padeiro ao Museu Nacional brasileiro, que a incorporou a sua coleção etnológica. Para Glicéria, tratou-se de um marco, aumentando a visibilidade da mobilização tupinambá.
O manto feito por Glicéria viajou o país como um dos destaques da mostra “Os primeiros brasileiros”, organizada por João Pacheco de Oliveira, curador do Setor de Etnologia e Etnografia do Museu Nacional.8 Em 2018, quando um incêndio de grandes proporções devastou o Museu Nacional, o manto estava em exposição em Brasília e, com isso, foi salvo (Alarcon, 2018). A criação desse primeiro manto contemporâneo constituiu o ponto de partida para as reflexões de Glicéria sobre direitos culturais, que levariam ao desenvolvimento de uma noção mais ampla de restituição. Desde 2020, ela tem aprofundado suas pesquisas e produzido outros mantos, de maior complexidade. Hoje, Glicéria é amplamente reconhecida não apenas pela confecção de mantos, mas pela proposição de novas interpretações para o estudo das peças coloniais.
Em novembro de 2018, Glicéria teve acesso ao manto guardado no Museu do Quai Branly.9 Ela explica que o manto conversou com ela e revelou alguns dos segredos guardados em sua trama. Glicéria aproveitou a oportunidade para observar cuidadosamente os aspectos materiais do manto, como sua trama foi tecida e como as penas foram fixadas. Observando o manto de perto, reuniu informações importantes, que seriam ordenadas, como em um quebra-cabeça, permitindo vislumbrar a complexidade implicada na produção de novas peças. Em fevereiro de 2020, ela começou a criar um novo manto, informada pelas descobertas efetuadas no Quai Branly e por revelações em sonhos. Os Tupinambá frisam que os mantos contemporâneos não são réplicas. Ao tempo que destaca as conexões entre as peças coloniais e contemporâneas, Glicéria afirma que as últimas não são menos valiosas ou autênticas que as primeiras, fazendo frente a perspectivas conservadoras sobre patrimônio indígena.

Glicéria at the National Museum of Denmark, Copenhagen. Photo: Renata Valente (2022).
Convidada pelo Museu Nacional da Dinamarca, em setembro de 2022, Glicéria participou de uma oficina de uma semana, no âmbito do projeto “Cuidando – Museus etnográficos e de culturas mundiais como espaços de cuidado” (tradução nossa). Na ocasião, teve oportunidade de examinar de perto as 16 peças de plumária tupinambá preservadas na instituição. A visita, além disso, firmaria o caminho para o acordo estabelecido entre os museus nacionais da Dinamarca e do Brasil, garantindo o retorno de um dos mantos. Após a estada em Copenhague, ela viajou a Bruxelas para visitar o manto guardado nos Museus Reais de Arte e História da Bélgica. Sua jornada para acessar todos os mantos guardados na Europa se completou, finalmente, em abril de 2024, em Milão.
A produção de mantos contemporâneos e o processos de recuperação territorial são profundamente conectados. De partida, deve-se observar que a posse da terra é pré-condição para a existência das peças. De forma tangível, os Tupinambá precisar dispor de seu território para coletar os materiais usados nos mantos. Dos pássaros que habitam vários nichos às abelhas silvestres, para não mencionar a vegetação, espécies animais e vegetais têm se revigorado desde que os Tupinambá começaram a restaurar as florestas por meio do processo de retomada. No plano cosmológico, na Serra do Padeiro, acredita-se que a terra pertence, em última instância, às entidades não humanas conhecidas como encantados (frequentemente referidos como os donos da terra), cabendo aos Tupinambá o papel de cuidá-la. O ato de zelar da terra é entendido como um dever cosmológico, central para a filosofia da história e a ética política tupinambá.10 O retorno dos mantos, compreendido, a um só tempo, como uma demanda e um presente dos e para os encantados, é uma expressão dessa vitalidade renovada. Finalmente, o território é também a base material da organização social; o conhecimento que infunde o manto é territorializado, indissociável da vitalidade de uma rede de relações de parentesco e vizinhança.
Um dos primeiros povos indígenas do Brasil diretamente afetados pela conquista, como observamos, os Tupinambá foram alvo de massacres, conversão religiosa e escravização. “Os Tupinambá foram reiteradamente ditos como ‘pacificados’ (ou seja, temporariamente vencidos militarmente) e em seguida considerados extintos, enquanto em paralelo, ao longo da história, a letal onda colonizadora se espalhava, atingindo e destruindo ou avassalando outros povos indígenas de todo o país”, como destaca Pacheco de Oliveira.11 Séculos depois, eles finalmente recuperariam suas terras e fortaleceriam seu patrimônio cultural, como Glicéria sintetiza: “Sempre achei que nossa cultura era um pote, um pote inteiro que jogaram num lajedo e que voou em caquinhos por todos os lados e que tínhamos que fazer esse trabalho de mosaico, de juntar os caquinhos e colar de novo. Vai ser o mesmo pote, mesmo que rachado, mas isso não importa. Vai ser ele mesmo, vamos tentar trazer esse pote.12
Referências
Alarcon, Daniela F. “Mata queimada cresce; museu, não: cientistas indígenas avaliam perdas”. UOL. 11 set. 2018. https://www.uol.com.br/tilt/ultimas-noticias/redacao/2018/09/11/mata-queimada-cresce-museu-nao-indigenas-avaliam-perdas-no-museunacional.htm.
Alarcon, Daniela F. 2019. O retorno da terra: as retomadas na aldeia Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia. São Paulo: Editora Elefante. Alarcon, Daniela F. 2022. O retorno dos parentes: mobilização e recuperação territorial entre os Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia. Rio de Janeiro: E-Papers/LACED.
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Tupinambá, Glicéria. 2021. “O manto é feminino/Assojaba ikunhãwara”. In Kwá yepé turusú yuriri assojaba tupinambá | Essa é a grande volta do manto tupinambá, organizado por Augustin de Tugny, Glicéria Tupinambá, Juliana Caffé e Juliana Gontijo, 18–24. São Paulo: Conversas em Gondwana, 2021. https://www.yumpu.com/en/document/read/65935132/catalogo-kwa-yepe-turusu-yuiri-assojaba-tupinamba.
Alfred Métraux, “‘Tapirage’, a biological discovery of South American Indians”, Journal of the Washington Academy of Sciences 34, n. 8 (1944), p. 252, tradução nossa. ↩︎
Luiz C. Tibiriçá, org., Dicionário tupi-português: com esboço de gramática de tupi antigo (São Paulo: Traço Editora, 1984), pp. 69, 103, apud Amy J. Buono, “Feathered identities and plumed performances: Tupinambá interculture in Early Modern Brazil and Europe” (Tese de doutorado, Universidade da Califórnia Santa Bárbara, 2007), p. 83. ↩︎
“Os vários grupos que habitavam a costa entre a futura capitania de São Vicente [atualmente, no estado de São, no Sudeste] e a boca do Amazonas [no Norte] passaram a ser conhecidos genericamente como Tupinambá, apesar de fontes mais antigas atribuírem uma variedade muito maior de designações étnicas aos Tupi da faixa costeira.” John M. Monteiro, “The crises and transformations of invaded societies: coastal Brazil in the sixteenth century”, in The Cambridge History of the Native Peoples of the Americas, v. 3, South America, org. Frank Salomon e Stuart B. Schwartz (Cambridge: Cambridge University Press, 1999), p. 977, tradução nossa. Monteiro é uma excelente fonte de informações em inglês sobre os Tupinambá nos séculos 16 e 17. Sobre as complexidades relativas a etnônimos coloniais associados a grupos tupi, ver também Carlos Fausto, “Fragmentos de história e cultura tupinambá: da etnologia como instrumento crítico de conhecimento etno-histórico”, in História dos índios no Brasil, org. Manuela Carneiro da Cunha (São Paulo: Companhia das Letras/Secretaria Municipal de Cultura, 1992), pp. 383–385. ↩︎
Buono oferece informações detalhadas sobre os onze mantos. Ver “Feathered identities and plumed performances”, assim como Augustin de Tugny, “A volta histórica dos mantos tupinambá/Iwiei mbẽnẽuçawawara assojaba tupinãbá”, in Kwá yepé turusú yuriri assojaba tupinambá | Essa é a grande volta do manto tupinambá, org. Augustin de Tugny, Glicéria Tupinambá, Juliana Caffé e Juliana Gontijo (São Paulo: Conversas em Gondwana, 2021), pp. 30–43. Sobre as peças dinamarquesas, ver Berete Due, “Artefatos brasileiros no Kunstkammer real/Brazilian artefacts in the royal Kunstkammer”, in Albert Eckhout volta ao Brasil: 1644-2002/Albert Eckhout returns to Brazil: 1644-2002, org. Barbara Berlowicz, Berete Due, Peter Pentz e Espen Waehle (Copenhague: Museu Nacional da Dinamarca, 2002), pp. 187–195. ↩︎
A exposição foi realizada na Oca (Pavilhão Lucas Nogueira Garcez). ↩︎
Armando Antenore, “Somos Tupinambás, queremos o manto de volta”, Folha de S.Paulo, 1. jun. 2000. O episódio é referido por Mariana Françozo: “Em última instância, a presença do manto na Mostra do Redescobrimento acrescentou mais uma camada de significado à biografia desse disputado objeto, posto que permitiu aos Tupinambá contemporâneos chamar atenção para sua luta contínua por reconhecimento de seu patrimônio e de seus direitos”. Ver “‘Dressed like an Amazon’: the transatlantic trajectory of a red feather coat”, in Museums and biographies: stories, objects, identities, org. Kate Hill, 187–199 (Woodbrige: The Boydell Press, 2012), p. 196, tradução nossa. ↩︎
Estendendo-se por aproximadamente 47 mil hectares, a Terra Indígena Tupinambá de Olivença (sobreposta por porções dos municípios de Buerarema, Ilhéus, São José da Vitória e Una) é composta por mais de 20 aldeias, incluindo a Serra do Padeiro, localizada em uma região montanhosa no limite oeste da área. Conforme as estimativas mais recentes, a população da terra indígena é de cerca de cinco mil indígenas. Para informações detalhadas sobre o processo de demarcação, ver Daniela F. Alarcon, O retorno da terra: as retomadas na aldeia tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia (São Paulo: Editora Elefante, 2019) e Daniela F. Alarcon, O retorno dos parentes: mobilização e recuperação territorial entre os Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia (Rio de Janeiro: E-Papers/LACED, 2022). ↩︎
Em 2021, o projeto “Os primeiros brasileiros” lançou uma exposição online permanente: https://osprimeirosbrasileiros.mn.ufrj.br/en/. ↩︎
Durante a visita ao Quai Branly, Glicéria foi acompanhada por sua sobrinha Jéssica Silva de Quadros e pela antropóloga Nathalie Le Bouler Pavelic. Ela estava em Paris a convite da École des hautes études en sciences sociales (EHESS). para oferecer uma conferência. Para descrições da visita, ver Glicéria Tupinambá, “O manto é feminino/Assojaba ikunhãwara”, in Kwá yepé turusú yuriri assojaba tupinambá | Essa é a grande volta do manto tupinambá, org. Augustin de Tugny, Glicéria Tupinambá, Juliana Caffé e Juliana Gontijo (São Paulo: Conversas em Gondwana, 2021), pp. 18–24 e Nathalie L. B. Pavelic, “Aprender e ensinar com os outros: a educação como meio de abertura e de defesa na aldeia tupinambá de Serra do Padeiro (Bahia, Brasil)” (Tese de doutorado, Universidade Federal da Bahia, 2019). ↩︎
PPara uma análise detalhada sobre essa questão, ver Daniela F. Alarcon, O retorno da terra: as retomadas na aldeia tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia (São Paulo: Editora Elefante, 2019). ↩︎
João Pacheco de Oliveira, “Uma experiência exemplar em antropologia”, in O retorno dos parentes: mobilização e recuperação territorial entre os Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia, de Daniela F. Alarcon (Rio de Janeiro: E-Papers/Laced, 2022), p. 17. ↩︎
Glicéria Tupinambá, “O manto é feminino/Assojaba ikunhãwara”, in Kwá yepé turusú yuriri assojaba tupinambá | Essa é a grande volta do manto tupinambá, org. Augustin de Tugny, Glicéria Tupinambá, Juliana Caffé e Juliana Gontijo (São Paulo: Conversas em Gondwana, 2021), p. 19. ↩︎